A dramática situação do Instituto de Educação Estadual Pedro Schneider foi tema de audiência pública na última segunda-feira, dia 28, na Câmara de Vereadores de São Leopoldo. Desde o mês de fevereiro, a escola sofre interdição do Corpo de Bombeiros a pedido do Ministério Público.

O evento foi realizado a pedido da vereadora e presidenta da Comissão de Educação do Legislativo, Ana Affonso (PT), que durante a abertura destacou que o principal objetivo é compreender as razões pelas quais a escola acabou sendo interditada e quais os obstáculos que os estudantes sofrem diariamente para ter acesso à educação. “Nós entendemos que este debate precisa ser ampliado, este assunto não cabe somente à escola e ao Estado. Esta Casa Legislativa tem o dever de acompanhar a situação, tomar providências caso necessário para que a comunidade escolar não sofra maiores transtornos. A gente não pode se conformar com metade da escola podendo frequentar, mas o que é isso? É inadmissível”, comentou Ana.

A equipe diretiva da escola participou da audiência, onde o diretor Vinícius Vilela, expôs o contexto que envolve a interdição. “Embora nós tenhamos feito muitas melhorias, reformas e obras de manutenção no espaço, não podemos mexer na instalação elétrica que liga os prédios da escola, fios que passam muito perto das janelas das salas de aula. A interdição identificou este e outros problemas, interditando então a nossa escola. Esperamos que nosso instituto seja valorizado como ele merece uma história que já tem mais de 70 anos. O instituto não pode ser abandonado, nós o queremos de volta à comunidade escolar assim que a reforma for encerrada. Não vamos permitir que o instituto seja mais um prédio abandonado”, explicou o diretor.

Integrante do Círculo de Pais e Mestres, o vereador Tiago Silveira também fez uso da tribuna municipal para manifestar indignação e preocupação para com toda a comunidade escolar do instituto. “Fizemos uma reunião e recebemos em nosso gabinete diversos pais e estudantes que deixaram seus nomes para um cadastro que foi entregue à promotoria. Estamos pressionando o Estado para que seja garantido o transporte aos estudantes e as condições necessárias para que ninguém fique sem estudar”, enfatizou.

Falando em nome dos estudantes da Escola Pedrinho, Maria Antônia Flores Neissinger, presidenta da Comissão Pró-Grêmio Estudantil, evidenciou os transtornos pelos quais os alunos sofrem devido à interdição. “O movimento estudantil hoje reivindica a urgência de um transporte. A realidade é que muitos não têm como chegar até as instituições que estão recebendo os estudantes neste processo de interdição”, afirmou.

Falta de segurança no local também aumenta a evasão escolar - Outra reivindicação diz respeito à segurança nas proximidades da escola Caldre Fião. “Pedimos que seja disponibilizado o transporte e também a vigilância de segurança para os alunos. Também queremos que a prioridade seja a aula presencial, de forma que a escola Pedrinho não seja esvaziada, pois queremos garantir que a reforma ocorra nos prazos e não que os trabalhos por lá sejam encerrados”, enfatizou a estudante.

Já a representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Gabriela Frison, também ressaltou o descaso do Governo do Estado com os espaços de educação. “O que estamos discutindo aqui hoje é o direito de estudar. É isto que está sendo cerceado. Em que momento os estudantes foram convidados a participar destas discussões? Não pode ser assim, os alunos precisam estar presentes em todos os debates que envolvem a vida deles. É muito fácil decidir e deslocar os estudantes a outras escolas, sendo que não foi garantido o transporte. Se é esta a solução que o Estado apresenta, então dificulta ainda mais o acesso ao conhecimento”, cobrou Gabriela.

Pais e alunos da escola também estiveram na audiência pública, além de representantes do Cepers, da OAB São Leopoldo, além das secretarias municipais de Direitos Humanos e de Segurança.

Comissão deverá acompanhar o andamento dos trabalhos – Um dos encaminhamentos da audiência foi a criação de uma comissão especial envolvendo vereadores, pais, alunos e entidades representativas. O objetivo é acompanhar a situação, criar um canal de diálogo com a comunidade escolar e equipe diretiva, onde o Legislativo vai cobrar das autoridades competentes a urgência na realização da obra de reforma.

“Até agora não foi apresentado sequer um calendário da obra, sequer se sabe o nome da empresa que fará a reforma. Um completo descaso da Coordenadoria Regional de Educação, isto é inadmissível”, disse Ana Affonso. Novas reuniões devem ser feitas nas próximas semanas. A transmissão completa da audiência pública está disponível no Facebook e Youtube da Câmara de Vereadores.

Texto: Eduarda Rocha/CMSL 
Fotos: Bruno Pereira/CMSL 

 

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